Mestre Murakami orientando um Estágio na Academia de Budo, em Lisboa
Em 1963, dentre os praticantes de Judo da saudosa Academia de Budo, em Lisboa, destacou-se um pequeno grupo de entusiastas liderados pelo Dr. Pires Martins, que se tinha deixado apaixonar pela misteriosa arte marcial que os habitantes do arquipélago de Okinawa chamavam de "To-de" ("mão da China"). Foi esse pequeno grupo de auto-didatas, que até então tinha aprendido o karate através de livros e filmes que, sentindo necessidade de evoluir, decidiu convidar um Mestre japonês para orientar o primeiro estágio de Karate em Portugal. A escolha recaiu sobre Tetsuji Murakami o pioneiro e introdutor do Karate em toda a Europa Ocidental e Norte de África. As origens da ASP remontam, pois, à data desse primeiro estágio – Agosto de 1969.
A Associação designava-se inicialmente Murakami-kai de Portugal mas, por vontade de Mestre Murakami, em 1982 passou a chamar-se Associação Shotokai de Portugal e filiou-se na Nihon Karate-do Shotokai (NKS), tornando-se desde então a Representante desta organização em Portugal. A NKS foi criada em 1935 com vista à edificação do célebre dojo Shotokan – o berço do karate no Japão – que continua a ser a sede da NKS e onde, para além da prática diária do karate-do, se reúnem periodicamente escolas de todo o mundo, seja para a comemoração do aniversário de Mestre Gichin Funakoshi, seja para comemorar outras datas, como a edificação do dojo Shotokan. José Patrão, 5º Dan, (graduação máxima da NKSeCoordenador Técnico Nacional da ASP) é hoje Representante da Nihon Karate-do Shotokai em Portugal.
A ASP é uma associação pioneira e inovadora
Logótipo do 1º S.I.M.
No panorama do Karate Nacional, a ASP tem assumido desde sempre um carácter pioneiro e inovador: – Desde Agosto de 1969 quando os seus fundadores (então ainda integrados na Academia de Budo) resolveram convidar Tetsuji Murakami Sensei, o pioneiro do Karate na Europa – para realizar, aqui, o primeiro estágio de Karate; – Ao iniciar, desde 1985, aulas de Karate Infanti, quando em Portugal se pensava que o Karate não era adequado para crianças; – Ao assumir, de 1998 a 2000, a Responsabilidade pelo Departamento de Formação da Federação Nacional de Karate - Portugal, iniciando a atribuição de Carteiras Profissionais aos instrutores de Karate; – Ao organizar, em Novembro de 2003, o 1º Shotokai International Meeting (S.I.M.) que reuniu pela primeira vez num só país representantes de Associações de Karate-do Shotokai da Europa e América do Sul – Ao realizar em 2006 – com a colaboração dos antigos discípulos de Mestre Murakami – a biografia do grande pioneiro do Karate-do na Europa, Mestre Tetsuji Murakami, entretanto já editada em francês, espanhol e brevemente em italiano; – Ao organizar, em 2007, o 1º Estágio dos Pioneiros do Karate em França, Inglaterra, Irlanda e Portugal; – Ao organizar, em Novembro de 2008, o 1º Shotokai International Infants Meeting, que reuniu pela primeira vez a nível Europeu, representantes de Associações de Karate-do Shotokai e artes afins de vários países da Europa, com vista a partilhar os conhecimentos mútuos no que respeita à pedagogia das Artes Marciais para crianças; – Ao reunir em 2009 muitos dos pioneiros do Karate a nível Europeu – Jacques Fonfrède de França, Antonio Maltoni de Itália, Terry Wingrove de Inglaterra, Alan Ruddock da Irlanda – todos eles discípulos directos de Mestre Murakami, ao lado de muitos dos pioneiros do Karate no nosso país – como António Cacho e Alexandre Gueifão – que contribuíram com depoimentos preciosos para o 1º Livro sobre "A Génese do Karate em Portugal", lançado na mesma altura; – Ao organizar em 2012, no Porto, o 1º Memorial do 25º Aniversário do falecimento de Mestre Tetsuji Murakami, que contou com a presença da esposa, filho e neto de Mestre Murakami e de Representantes de Associações congéneres da ASP fundadas pelo Mestre em França, Itália e Portugal; – Ao acolher, em Maio de 2019, a delegação dos atuais Presidentes da NKS e do Dojo Shotokan – Nakao Sensei e Takita Sensei – na sua primeira visita à Europa.
O que ensinamos
Funakoshi Gichin Sensei
Muito se caminhou na via do Karate desde que, em Abril de 1922, Gichin Funakoshi foi escolhido pelos restantes mestres em Okinawa para apresentá-lo ao público japonês. Infelizmente como o próprio Fundador escreveu em 1956: nem todos os caminhos abertos e trilhados, foram para si motivo de orgulho. Particularmente, o caminho da competição desportiva em Karate, foi claramente recusado pelo Mestre, pelo que alguns dissidentes da Nihon Karate-do Shotokai que pretendiam realizar torneios desportivos de karate, tiveram de aguardar pela morte do Mestre, ocorrida em 26 de Abril de 1957, para realizarem, em Junho do mesmo ano, o primeiro torneio de karate no Japão.
Como foi referido acima, a ASP instituiu em Portugal há cerca de cinco décadas o ensino organizado desta disciplina através do pioneiro do karate na Europa. E continua a ensinar ininterruptamente Karate-do Shotokai segundo a filosofia e o método legados por Mestre Murakami ao longo desse período.
Fazendo eco das palavras dos Mestres que constituem a sua linhagem fundamental – Funakoshi, Egami e Murakami – a ASP entende o Karate-do como uma disciplina do Budo, pelo que considera que a competição desportiva não contribui para o ideal do Karate-do. Antes pelo contrário, geralmente desvirtua-o.
É provável que já tenha conhecido ou mesmo contactado com escolas que dizem ensinar "Karate" ou mesmo "Shotokan" ou "Shotokai"... Algumas dessas escolas possuirão, certamente, um bom nível de ensino. Porém, como em tudo na vida, o nome, por si só, não constitui invariavelmente, uma garantia de qualidade.
À partida e antes de decidir bater à porta das ditas "Artes Marciais" recomendamos que reflicta bem e se questione sobre o que procura para si próprio e/ou para os seus filhos:
Aprender a competir na "selva da vida"; aprender a lutar por uma medalha?
Ou conhecer-se melhor a si próprio?
Aprender técnicas e truques de auto-defesa?
Ou aprender as vantagens da auto-disciplina?
Manter-se simplesmente "em forma"?
Ou aprender formas eficazes de melhorar a sua saúde física e mental?
Depois de definir o que pretende, pedimos-lhe que atente no que temos e no que não temos, na ASP:
Temos para lhe propor, um caminho harmonioso, seguindo três princípios fundamentais:
Verticalidade: praticando virtudes como coragem, humildade, sinceridade, respeito e cortesia
Progresso contínuo: num caminho diligente e perseverante,
Capacidade de atingir os seus objectivos, mas respeitando os que o rodeiam
E o que não temos para lhe oferecer:
Não temos medalhas, nem lugares no pódio, tudo o que conquistar aqui será por mérito próprio e para seu benefício;
Não ensinamos técnicas secretas, nem golpes misteriosos, mas talvez aprenda a vencer os seus inimigos internos;
Não temos fórmulas mágicas para o tornar mais magro, musculoso ou flexível, nem temos panaceias para debelar todos as suas maleitas, mas acreditamos que se poderá tornar mais saudável, equilibrado e mais pleno de vitalidade.
A entidade que regula institucionalmente o ensino e a prática do Karate em Portugal é a Federação Nacional de Karate - Portugal e a ASP orgulha-se de ser membro fundador e activo de pleno direito dessa instituição. A ASP assumiu, de 1998 a 2000, a responsabilidade de dirigir o Departamento de Formação dessa Federação, com o objectivo de pôr em funcionamento Cursos de Formação que habilitassem os Instrutores de Karate a ensinar. Os Instrutores da ASP estão devidamente habilitados a ensinar pela FNK-P e pelo IPDJ.
A ASP é uma das maiores associações de Karate-do do país, sendo constituída hoje por cerca de 30 instrutores que leccionam em várias dezenas de Dojo's, mais de 80 cintos negros em actividade, e centenas de praticantes, sendo uma boa percentagem deles crianças. A ASP realiza ainda, anualmente – com o reconhecimento da entidade tutelar do Karate em Portugal, IPDJ – várias Acções de Formação, leccionando ainda várias cadeiras de formação nos Cursos de Treinadores organizados pela Federação Nacional de Karate - Portugal. Se quiser conhecer melhor o que fazemos ou procurar pelo Dojo mais próximo aconselhamos-lhe que: